Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Projecto fonográfico a meias que começou a concretizar-se no final de 2019, Éme e Moxila é um longa-duração homónimo que sintetiza com um misto de sofisticação e ingenuidade duas individualidades incontornáveis do milieu cultural lisboeta: do percurso discográfico de Éme, talvez um dos mais exímios bardos lisboetas a capturar o zeitgeist da década passada (quem não se recorda dos proféticos versos «Viver na Lisa não dá / Não dá, não / Tá tudo em kiza / E não há um pé no chão» da canção Lisa de 2014?), destacam-se os álbuns O Último Siso (2014) e Domingo à Tarde (2017); Moxila é uma artista multifacetada com um output profuso gráfico e musical, tanto no mundo da edição independente (zines compiladas em 2018 no livro Lá fora com os Fofinhos pela Chili com Carne) como na produção de videoclipes de animação, tendo inaugurado a sua discografia em 2013 com o EP homónimo Moxila e criado desde 2014 as edições caseiras Natal Gentil.
Para a feitura de Éme e Moxila, a dupla recrutou Manuel Lourenço (Primeira Dama), figura de proa da editora Xita Records, para gravar e co-produzir, e convidou malta da Cafetra e amigos para cantar e tocar em algumas das faixas, ou seja, a concretização material do disco é uma autêntica e celebratória afirmação do espírito de companheirismo e amizade DIY que atravessa o próprio conteúdo lírico. E se há faixas em que as vozes de Éme e Moxila se entrelaçam ou se entrecortam em fugas complementares para nos confessar uma terna cumplicidade doméstica num T1 na zona velha da cidade (como nas já disponibilizadas «Relaxado» e «Assalto»), há outras que nos levam para o campo, para a praia, ou até para um peculiar concílio político contra o trabalho assalariado. AR
Abertura de Portas
16h30