Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Nascida e criada em Chicago, ela representa uma das alas mais fervilhantes na electrónica dos dias de hoje. Tendo passado boa parte da sua vida entre estúdios e cabines de DJ, é uma veterana que continua a explorar as suas próprias fronteiras musicais. Com o desaparecimento do impulsionador DJ Rashad, em 2014, o território do footwork certamente ficou mais orfão; contudo, artistas como Rush, asseguram uma constante renovação do género, evitando uma estagnação ou arrefecimento da chama. Uma tarefa quase natural para alguém que além da produção sonora, também se dedica a engenharia química numa refinaria e ainda presta serviço como bombeira e paramédica. Na vida pessoal como na música, Jana Rush é uma força energética que toma várias morfologias.
Com um par de singles editados nos finais dos 90s, participou na compilação The Armageddon 1996, ao lado, e a convite, de DJ Deeon pela mítica label local Dance Mania. Após uma hiato de cerca de uma década, Rush voltou aos discos. Um regresso que se traduziu numa obra essencial chamada Pariah. Lá encontrámos, desde logo, um terreno de novos sons emergentes, já distantes da fórmula base do footwork e ainda de coração enterrado na herança do house, embora atenta e conectada com outras expressões urbanas globais. Batidas nervosas, cenários cinematográficos e uma brilhante infusão ácida fizeram deste álbum um dos mais celebrados do seu tempo - e ainda hoje continua a soar desafiante aos sentidos.
Painful Enlightenment surge o ano passado, ainda mais ambicioso. Uma obra geneticamente sónica, plena de ruído transformativo, detalhes de free-jazz e outras aventuras híbridas e tortuosas. A sua batalha pessoal com a depressão encontrou aqui um palco a céu aberto para confrontar emoções e memórias, num labiríntico jogo de ritmos e samples. Um álbum vanguardista na sua forma, de difícil definição, mas certíssimo na época em que nasce - como espelho de tantas almas em tempos incertos como os que atravessamos. Esse ringue do existencialismo, comum e inevitável, é igualmente um espaço de encontro e descoberta - e Jana Rush faz-nos recordar disso mesmo.
Uma estreia há muito exigida por cá, agora tornada realidade. NA
Abertura de Portas
21h30