Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Na música a solo, ou colaborativa, de Farida Amadou há uma constante tensão, fixada não tanto de um desejo de construir, crescer, explodir e, sim, de não libertar, implodir. Fá-lo a partir do seu baixo eléctrico, instrumento que aprendeu a tocar sozinha e com o qual tem dominado uma série de linguagens, incluindo a da música improvisada. Surgiu em cena em meados da década passada e tem viajado por toda a europa para tocar com músicos como Thurston Moore, Alex Ward, Mette Rasmussen, Eve Risser, entre muitos outros, fez parte da banda punk Cocaine Piss e nos últimos três anos tem trabalhado com Steve Noble. Baseada em Liège, aproveita bem a proximidade com o centro da Europa para estar num constante rol de colaborações – contínuas e não só – que têm aberto o seu vocabulário na música improvisada.
Temos ouvido falar muito de João Almeida nos últimos anos, seja pelo trabalho a solo, ou quando se multiplica em duos, trios, ensembles ou bandas que já se afastam do jazz, como é o caso dos Peachfuzz, com Norberto Lobo e João Lopes Pereira, que editaram recentemente “Peachinguinha”, na Silent Water. É daqueles músicos que se tornaram presentes na cena, na forma mais benéfica da ideia: a sua música quer fazer parte e o que está à volta também a quer abraçar. Serve isto para dizer que tal, como Farida, a afinidade do trompetista com o jazz é uma porta de entrada para muitos outros sítios, a vontade de colaborar – e o resultado disso – têm-no tornado num melhor compositor que age naturalmente na confluência de géneros.
Estão bem um para o outro, portanto. Fazem parte da mesma geração a aceitam os códigos presentes da música improvisada. Afinidades que se encontram na vontade e na procura de novos códigos musicais e estéticos, e no querer crescer ainda mais a partir daí. Por isso, faz todo o sentido que toquem numa mesma noite. AS
Abertura de Portas
21h30