Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
A fechar esta travessia de cartografia dispersa em seis pontos cardeais, Pedro Melo Alves convida Audrey Chen para um último(?) duo nascido da vontade em sondar o desconhecido. Norte-americana com origens na China e em Taiwan, Chen é uma artista de formação clássica no violoncelo que muito tem alavancado trabalho exploratório, não só nesse instrumento, como também através da voz e do uso pontual de electrónicas analógicas. Duas décadas em curso maioritariamente solitário e de busca incessante por novas formas de expressão pura, recorrendo ao lirismo, extended techniques, à repetição e à hipnose por via do som. Após anos centrada essencialmente no uso do violoncelo, enredado o seu som natural nas esquemáticas da electrónica, os últimos quatro viram-na regressar com mais afinco ao uso da voz, como veículo primordial dessa mesma expressão - o que faz todo o sentido quando algo se pretende tão visceral e pessoal. Momentos de elevação extática em diálogo com as respirações da intimidade e processos quase tácteis de descoberta sensorial no momento. Improvisação no seu estado mais revelador, quase frágil no modo como se expõe e que a tem levado a colaborar com uma miríade de gente notável como Phil Minton - arauto absoluto da voz enquanto meio de expressão não-idiomático -, Kaffe Matthews, Maria Chavez, em Afterburner com Doron Sadja ou no trio Sen Ryo No com Tara Transitory e Nguyen Bali. Aqui, novamente aberta a um outro mundo de possibilidades. Não há um fim. BS
Abertura de Portas
21h30