Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Jung An Tagen
Jung An Tagen convida-nos a reflectir sobre o difuso, mas persistente termo “experimental” não como desvio da ortodoxia estética, mas como concepção e implementação de sistemas composicionais que oferecem resultados imprevisíveis; “electrónico” como anulação da tradição instrumental e como reversão simultânea para a abertura estética; como a fragmentação de uma sintaxe musical teórica ou mítica pela repetição obsessiva, mutações motivacionais sequenciais, matrizes aleatórias, ilusões pareidólicas e efeitos moiré; “electrónica” como a derradeira cisão, desumanização, estranheza mecânica.
Apoiado por duas décadas de actividade discográfica sob diversos pseudónimos e múltiplas colaborações em editoras como Editions Mego e Diagonal, Stefan Juster apresenta-se incansavelmente em festivais como Unsound ou Sonic Acts, pesquisando as fronteiras do techno e da música computacional dissociativa. Testando estratégias de desorientação física e fenómenos sónicos fortes, encorajando mentes e corpos a calcular e intuir o seu próprio lugar no espaço-tempo. É música viciante. Música em constante explosão.
Em 2020, Jung fundou a editora ETAT.xyz. Deixando de lado qualquer indício de gestos expressionistas, resta-nos a forma e o som abstracto, a alienação emocional: “dissociativa, psicoacústica, música de computador”. Desde 2019, Jung An Tagen colabora com o realizador Rainer Kohlberger em performances audiovisuais que conquistam o aparelho perceptivo do observador e transportam o público para a presença de uma imensidão imediata, onde as fronteiras do eu e do mundo se obscurecem. O corpo de trabalho de Jung como cineasta situa-se na tradição do filme experimental conceptual abstracto. Através da aplicação das mais recentes tecnologias, consegue actualizar esta tradição de uma forma esteticamente adequada ao século XXI.
Eric Frye
Eric Frye é um compositor e artista americano. É conhecido pelo seu trabalho a solo de performance e instalação – uma exploração das funções dissociativas e psicoactivas do som e da imagem. Recentemente, estreou performances audiovisuais em Los Angeles, Vancouver, Tóquio e Nova Iorque no ISSUE Project Room, ao lado de duas figuras centrais da música experimental, Curtis Roads e Beatriz Ferreyra (Ina GRM). Cruzando narrativas surreais com uma abordagem multidisciplinar ao som, Frye monta uma cena auditiva mutante que explora o mau funcionamento da percepção e a forma como esta se relaciona com a identidade, a individualidade e a diluição dos sentidos.
Frye organiza eventos em Minneapolis com o objectivo de trazer artistas e músicos internacionais para o Midwest. A série de eventos experimentais inclui actuações, instalações, conversas, leituras e projecções. Uma mostra recente incluiu uma instalação multi-canal do artista sonoro austríaco Florian Hecker, bem como palestras e actuações de figuras importantes no campo da arte sonora, incluindo Roc Jiménez de Cisneros (EVOL), Curtis Roads, Guerino Mazzola, Reza Negarestani e James Hoff (Primary Information). A crítica de uma publicação artística local chamou à série “uma pesquisa erudita sobre a fusão de tecnologia, composição e performance, explorando as intersecções de tempo, conhecimento, individualidade e espaço sónico”.
As recentes gravações a solo de Frye incluem Glass Top Redux (2022) e Diffusion Soliloquies (2020). Em 2022, produziu colaborações de vídeo e som com os artistas Lucy Liyou e Jung An Tagen. O seu trabalho foi exposto no Hangar Art Centre, Barcelona; Audio Visual Arts, Nova Iorque; Rochester Art Center, Minnesota; Variform Gallery, Oregon: entre outros. Tem actuado extensivamente nos EUA, Reino Unido, Europa e Ásia. Frye foi bolseiro da Fundação Jerome, em 2022.
Abertura de Portas
21h00