Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Sarahsson
Voz, corpo e alma que se unem num fluxo criativo. O trabalho ongoing de Sarahsson tem demonstrado que das partes se fazem o todo. Após uma infância dedicada ao estudo clássico, foi já na adolescência, através de concertos de punk e da descoberta da eletrónica, que as placa tectónicas se moveram, rumo a algo maior, algo revelatório. DJ e performer, Sarahsson depressa se tornou num dos rostos proeminentes nas margens artísticas de Bristol. Abordando temas como identidade ou mitologia, existe um sentimento celebratório, mas igualmente evocativo, que percorre o imaginário poético-distópico de uma artista que faz da surpresa um elemento vital.
Profundamente transfigurativo, The Horgenaith é o álbum de apresentação oficial de Sarahsson que ecoou vezes sem conta no éter da NTS e da BBC. Disco robusto, de entranhas à vista, adornado de flores exóticas e paisagens alienígenas. Toma do metal uma inspiração profana enquanto resgata composições distorcidas de um neo-classicismo infectado por alquimias industriais. Cartografias presentes, embora vagas, num mundo em transição de batidas cortantes, atmosferas delicadas e glitches carregados de saturação. Entre instrumentos analógicos e construídos por si mesma, a magia acontece. Não será por acaso que as referências a Cronenberg ou a P-Orridge sejam entendíveis já que compõem uma estrutura musical fragmentária e capaz de engendrar uma maravilhosa sinestesia. Festim ritualístico que capta pela ousadia estética e almeja um realismo enigmático.
A narrativa de The Horgenaith não segue uma lógica racional, senão a força intuitiva. Frequentemente é daí que surgem pequenos grandes entendimentos, vitais para romper as amarras ou quebrar o automatismo das coisas. Semelhante linhagem que tem vindo a ser sobejamente elaborada por gente como Bendik Giske, Claire rousay, Anne Roxanne ou Lyra Pramuk. Uma constelação que provavelmente só poderia existir neste espaço e neste tempo, neste aqui e neste agora.
Ainda com a brilhante mix para a Fact bem latente, Sarahsson chega a Lisboa para uma apresentação única. A habitual beleza caótica que cria em palco certamente trará crença e fascínio – entre outras oferendas difíceis de negar. NA
Abertura de Portas
21h00