Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Nascida da paciência, de uma atenção meticulosa e de um propósito tão focado na abordagem quanto aberto a interpretações, a música de crys cole amplifica o potencial sónico do mundano com vista a longa digressões sem ponto de partida nem destino espacial definido. Como se à realidade que nos rodeia nos propusesse ao mesmo tempo, uma outra e o reflexo dessa mesma, num processo de imersão quase táctil, escapando à esterilidade funcional do ambient ou do sound design mais apático e ao aspecto etnográfico das field recordings dada a intimidade e detalhe das suas composições. Canadiana a residir em Berlim, crys cole tem visto o seu trabalho chegar à luz através de editoras tão meritórias quanto em sintonia com esse mesmo ofício como a Second Sleep, Students of Decay e, principalmente, a Black Truffle de Oren Ambarchi - cúmplice de longa data - amealhando também experiência em agência colaborativa com gente como James Rushford, Leif Elggren ou Annea Lockwood. Com esta última a servir como uma espécie de antecedente espiritual de cole, ressalva também na sua música uma mesma vida, escondida em pequenos gestos e mudanças brandas através de gravações de campo, processamento do som de objectos corriqueiros, drones apaziguadores e pedaços contidos de percussão e sintetizador. Espaço liminal entre o aqui e agora e um outro indefinível, representado de forma bem fidedigna através de discos como 'A Piece of Work' ou 'Other Meetings', criado em pleno lockdown e que após uma primeira edição na série Documenting Sounds da Boomkat teve nova vida no final do ano passado através da (claro) Black Truffle. Música de e para atenção. Com a calma que se exige. NA
Abertura de Portas
21h30