Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Talento e ousadia levaram Cole Pulice a alcançar uma transmutação em que as noções tradicionais de jazz e música ambiente se diluem num eterno leque de possibilidades e formas. Celebrado enquanto músico de estúdio que acompanhou Bon Iver, Godspeed you Black Emperor e tantos outros, o percurso a solo do norte-americano revela um entendimento da improvisação como modo de vida (e, por extensão, a composição como meio vivo). Nos últimos anos o seu trabalho a solo tem vindo a surgir como força criativa maior nos quadrantes do experimentalismo atual. Ancorado no saxofone, leva o instrumento a abordagens eletroacústicas, extraindo desta simultaneidade de naturezas caminhos para novos mundos.
Usando pedais de efeito, controladores de MIDI e microfones de contacto, Pulice faz do som um acto de escultura em tempo real, sem recurso a overdubs. Hologramas sonoros que reconhecem a candura hipnótica de Terry Riley ou as paisagens exoplanetárias de Jon Hassell, numa delicada cristalização melódica. Paira inevitavelmente a presença de Alice Coltrane como eterna mestre de cerimónias destes movimentos transcendentes, deixando o corpo físico das coisas para trás. Cada peça traz um elemento apaziguador comum, contagiando os sentidos e alimentando a mente com uma imagética profundamente telúrica e caleidoscópica - onde as cores atingem outros tons. Nenhum detalhe é deixado fora desta lógica harmónica que não só aglutina, como expande energia.
If I Don’t See You in the Future, I´ll See You in the Pasture é uma composição singular de cerca de vinte minutos, num dos momentos mais ascendentes deste 2023. Com os álbuns Gloam e Scry ainda tão omnipresentes quanto essenciais, a visita de Cole Pulice trará a justiça de testemunhar a maravilhosa visão deste artista já umbilical aos nossos tempos. NA
Abertura de Portas
21h30