Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Com Kevin Shields justamente levado até ao restrito panteão dos génios vivos, tem sido frequente relegar para a sombra o contributo da restante turma para a entidade dos My Bloody Valentine. O que, dado o carácter obsessivo e papel central do mestre Shields, nem será tanto de estranhar quanto vagamente injusto por contributo precioso, quer na banda de 'Isn't Anything' quer em investidas posteriores ao longo hiato da mesma. Em My Bloody Valentine, Deb Googe é, a par de Colm Ó Cíosóig, o turbilhão de energia e efervescência perante a passividade shoegaze do par Shields/Butcher, é também dela que reconhecemos no baixo a descida vertiginosa de 'Soft As Snow (But Warm Inside)' e o estrépito de 'Feed Me With Your Kiss'. Mas nem seria justo remetê-la à missão na banda que mais dinheiro custou à Creation.
Sempre activa, toda a trajectória de Googe pós-96 tem sido marcada por uma incansável labuta, a começar logo com a formação dos Snowpony com ex-teclista dos Stereolab, Katherine Gifford e cujo indie enviesado na senda de pós-rockers originais como Laika ou Pram ficou marcado em dois álbuns e um bom número de singles entretanto esquecidos. Após a debandada, e passagem pelos Primal Scream, em tempos recentes temos acompanhado Googe como baixista na banda de Thurston Moore e esperamos resultado de uma nova banda que a junta a Brix Smith, ex-The Fall. Numa viragem mais pessoal, Googe aparece-nos aqui a revelar as suas primeiras intenções públicas a solo como da Googie. Revelando-a para além do seu ofício de baixista, a música de da Googie faz-se de uma dolência sonhadora nascida de batidas sonâmbulas, gravações de campo, texturas electrónicas encharcadas em reverb, a sua voz plácida e, claro, linhas de baixo que tanto se entregam a um ruído cavernoso como a harmonias cristalinas. BS
Abertura de Portas
21h30