Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Cinna Peyghamy
Desde jovem que Cinna Peyghamy vive fascinado sobre processos de como as coisas funcionam. Primeiro sobre como criar música electrónica num computador, depois com a ideia dos sintetizadores modulares, viu outro a tocá-los e questionou-se sobre o seu funcionamento e lógica. Partiu à descoberta. Mais tarde, vieram as raízes. Nasceu em França, filho de pais iranianos, mas nunca visitou o Irão. O tumbak surge-lhe na vida, a situação pode ser romantizada como uma espécie de chamamento das raízes, ou então como uma forma do próprio suprimir a desconexão física/terrena com o país dos seus pais a partir de um instrumento típico.
Aquele vídeo de Mohammad-Reza Mortazavi chamou-lhe a atenção. As bases que já tinha com instrumentos de percussão despertaram-lhe a curiosidade para o experimentar e procurar uma forma que juntasse a técnica de aprender o instrumento com a sua fixação pela electrónica. Cinna Peyghamy toca tumbak ligado a um sintetizador modular, criando dois ciclos paralelos de ritmo, ambos analógicos e ambos, também, tradicionalistas às suas origens. Quer isto dizer que a música de Cinna Peyghamy não é necessariamente experimental, ou, pelo contrário, funcional, é um híbrido que respeita mais uma ideia de fórmula viva do que algo estanque numa combinação de processos.
As suas performances - encontram-se algumas no YouTube -, mais do que os álbuns - por curiosidade, vale a pena escutar The Skin In Between, de 2023 -. são a forma natural de ouvir Cinna Peyghamy, porque os dois instrumentos existem melhor no inesperado, do que no regime fixo do que está gravado. Cinna sabe voar nesta combinação, ora procura belas melodias e fica hipnotizado - e hipnotiza - nelas ou deixa-se levar por ideias labirínticas que podem conduzir a becos aspirantes a noise.
AS
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Mariana Pinho
Mariana Pinho é uma artista sonora e investigadora interdisciplinar. A sua pesquisa e prática têm estado ligadas à ecologia e ao som. Interessa-se por processos de comunicação experimental entre humanos e mais-do-que-humanos, sobretudo em explorar o som como possibilidade de regenerar a nossa imaginação e relação com o mundo. Nas suas performances explora meios electro-acústicos, sintetizadores modulares e objectos sonoros auto-construídos.
Abertura de Portas
20:00
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